terça-feira, novembro 28, 2006

uma carta perdida para alguém perdido em algum tempo que já não lembro mais qual é.



são tantas noites
a se fingir
de dia

e tantas coisas
que quebrei
(em mim)

eu sinto muito

não descanso as horas
alongo os instantes
na letargia da alma inquieta
remoendo as migalhas

era bomba era fogo
era um pedaço exato
foi o instante que perdi
e a miséria que tenho em mim

eu sinto muito

existir entre o pão e a espada
capataz incapaz de si
dilacerando a poesia
dos instantes
pra ver se tira dos restos
algum sentido

e subito descobrir
que o mundo é desmistério
ferramenta do óbvio acaso
sonho impregnado na matéria
e não há despertar

eu sinto muito

2 Notas:

Anonymous Anônimo said...

e ai bem?


só estou dando uma olhada aí...legal os posts

pega meu msn ou algo assim pra amntermos contato..


abraços

2:40 PM  
Anonymous Anônimo said...

são tantas noites
a se fingir
de dia...

sublime o texto pedro
por aqui também são tantas as cartas
perdidas para alguém perdido
que fiquei até nostálgica, o que é raro

5:24 PM  

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