terça-feira, setembro 18, 2007

há! acabei de descobrir que o meu primeiro livro "o mínimo" (ibis libris, 2003) está à venda online pelo site da livraria cultura! chique o rapaz, não?!?
bom, se algum amigo leitor deste blogue ainda não possuir o mesmo e nem puder comprar pessoalmente comigo e estiver com uma tremenda vontade de ler este livrinho (enfim, se algum dos 6 leitores do meu blogue ainda não o tiver) este é o link para comprá-lo a módicos 2 reais:
http://www.livrariacultura.com.br/scripts/cultura/resenha/resenha.asp?isbn=8589126137&sid=015315282991878422590725

e também tem na cia dos livros, mas tá mais caro:
http://www.ciadoslivros.com.br/descricao.asp?cod_livro=TO2860&origem=buscape&origem=buscape

sábado, setembro 08, 2007

respondendo a um post da amiga Luciana Frayha Righi, no seu http://www.essasvirgulas.blospot.com , Carlos Drummond de Andrade. Humanizar o homem.

As viagens

O homem, bicho da Terra tão pequeno
chateia-se na Terra
lugar de muita miséria e pouca diversão,
faz um foguete, uma cápsula, um módulo
toca para a Lua
desce cauteloso na Lua
pisa na Lua
planta bandeirola na Lua
experimenta a Lua
coloniza a Lua
civiliza a Lua
humaniza a Lua.

Lua humanizada: tão igual à Terra.
O homem chateia-se na Lua.
Vamos para Marte — ordena a suas máquinas.
Elas obedecem, o homem desce em Marte
pisa em Marte
experimenta
coloniza
civiliza
humaniza Marte com engenho e arte.

Marte humanizado, que lugar quadrado.
Vamos a outra parte?
Claro — diz o engenho
sofisticado e dócil.
Vamos a Vênus.
O homem põe o pé em Vênus,
vê o visto — é isto?
idem
idem
idem.

O homem funde a cuca se não for a Júpiter
proclamar justiça junto com injustiça
repetir a fossa
repetir o inquieto
repetitório.

Outros planetas restam para outras colônias.
O espaço todo vira Terra-a-terra.
O homem chega ao Sol ou dá uma volta
só para tever?
Não-vê que ele inventa
roupa insiderável de viver no Sol.
Põe o pé e:
mas que chato é o Sol, falso touro
espanhol domado.

Restam outros sistemas fora
do solar a col-
onizar.
Ao acabarem todos
só resta ao homem
(estará equipado?)
a dificílima dangerosíssima viagem
de si a si mesmo:
pôr o pé no chão
do seu coração
experimentar
colonizar
civilizar
humanizar
o homem
descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas
a perene, insuspeitada alegria
de con-viver.

Carlos Drummond de Andrade

terça-feira, setembro 04, 2007

antigo, idos de 03/04. qualquer hora volto a postar recentes.

A ARMA DO CRIME

acendo um cigarro
dou mais um gole no absinto
o gosto de anis
se mistura com a fumaça

de repente vejo o Tempo passando
faço menção de pará-lo
para dizer algumas coisas
mas não
Ele não parou

Porque Cronos
o mais poderoso Titã
iria dar atenção a um ser
cuja espécie Ele ignora?

fiquei frustrado
por isso escrevi esse poema
para matar o tempo
ao menos, desse jeito,
me senti vingado